quinta-feira, 25 de junho de 2009

As mulheres e a WC

Nota: este é um texto adaptado do original e que me foi enviado pela minha amiga Vânia Guimarães. Desconheço a origem, mas gostei tanto que resolvi reeditá-lo para o Blog do Homem com Cão.

É sem dúvida um dos maiores tabus de todas as mulheres com gato, e uma das questões que mais inquietam o espírito dos homens com cão. Um mistério perturbador e que foi mantido em segredo durante gerações e gerações, ergh.. pelo menos até agora.

Afinal, porque raio vão as mulheres aos pares à casa de banho?

Para encontrar a resposta a esta questão é necessário recuar no livro de memórias que tem guardado com carinho, até à ternurenta idade em que a sua mãe a acompanhava à casinha, porque bem vistas as coisas foi aí que tudo começou, com um simples: nunca, mas mesmo nunca te sentes numa sanita duma casa de banho pública!

Da mesma forma que na vida animal os passarinhos têm inevitavelmente de enfrentar o destino no primeiro vôo em céu aberto, sem a ajuda da mamã pássara, também no caso das mulheres com gato chegará aquele dia em que a mamã não vai lá estar para ajudar a fazer xixi.

Mas não se pense que as mulheres com gato são lançadas à sorte sem ajuda das progenitoras. Nada disso.

Chegado o dia do primeiro xixi, a jovem mulher com gato repete criteriosamente todos os processos que aprendeu com a sua mãezinha, desde limpar o tampo da sanita com papel higiénico, a colocar as tiras de papel no perímetro da sanita, passando pela lição mais importante de todas: a posição, que consistia em balançar o corpo sobre a sanita evitando o contacto com o dito tampo.

A posição é uma das primeiras lições de qualquer menina com gato, e é talvez a de maior utilidade para a vida de qualquer mulher.

Mas continua a ser penosamente dificil de suportar, sobretudo quando a aflição atinge níveis de retenção de líquidos só comparáveis ao de um camelo em pleno deserto marroquino.

Normalmente quando a aflição chega, a mulher com gato aflitíssima encontra sempre uma fila de outras mulheres com gato, igualmente aflitíssimas, sorrindo amavelmente entre si, de braços e pernas cruzadas, procurando evitar movimentos bruscos naquela posição típica do estou aqui estou a fazer pelas pernas abaixo, coisa que você quase não consegue evitar quando vê a típica mãezinha passar à sua frente com a filhota ao colo, ainda mais aflita que você.

Quando finalmente chega a sua vez, e depois de quase ter atropelado a pessoa que vinha a sair, você já consegue sentir as primeiras gotinhas de xixi, mas é então que começa a ecoar na sua cabeça a frase tantas vezes proferida pela sua mãe:

Nunca, mas mesmo nunca blá blá blá whyskas saketas!

É altura de assumir a posição, e regra geral é aqui que começam os problemas.

Como é habitual a fechadura está estragada, o chão está imundo e nem a porta nem a parede têm um único gancho que sirva para pendurar a sua malinha.

À falta de alternativas e porque parar é morrer você pendura a sua malinha ao pescoço.
Assim de repente já não lhe parece tão boa ideia ter servido de fiel depositária de todo o género de inutidades que veio a coleccionar ao longo dos últimos 5 anos, desde isqueiros sem gás, a esferógráficas sem tinta...

De mala pendurada ao pescoço começa a desabotoar as calças com uma mão, enquanto segura a porta sem fechadura e sem trinco com a outra. As calças são quase sempre justas e um número abaixo do seu, o que dá um jeito tremendo para contrariar a força da gravidade que insiste em puxar o seu rabo para baixo, mas em contrapartida não dá jeito nenhum quando o mesmo rabo tem de sair cá para fora com a ajuda apenas de uma mão. Possas.

Não houve tempo para baixar mais, e é com as calcinhas pelos joelhos, de cóqueras, sempre com a mão na porta e de mala ao pescoço, que você finalmente sente o alívio prometido... Aaaahh!

Mas é também a partir daqui que começam a surgir outro tipo de dificuldades.

As suas coxas entretanto começaram a tremer. Afinal está suspensa no ar há largos minutos, e o elástico do seu fio dental ameaça estrangular a circulação sanguínea nas suas pernas, tudo isto com um braço estendido a fazer força na porta e uma mala que pesa cada vez maaaaais.

Pensa para si própria dava tanto jeito sentar-me só um bocadinho, mas não há papel no rolo bolas!, e é aí que surge mais um problema, não há papel no rolo!

A vontade era tanta que o xixi abundante ainda não parou de sair, mas as suas forças estão perigosamente a chegar ao fim e a posição de aguiazinha começa a ficar seriamente comprometida.

A tremideira nas pernas leva a um pequeno erro de cálculo ,e eis que num ápice o alvo deixa de ser o fundo da sanita e passa a ser as suas pernas. Blheeerk.

Voltamos ao rolo que entretanto acabou, e nesta altura de aflição começa a questionar-se se no interior da sua mala não estará nenhum lenço de papel dum qualquer pacote que tenha comprado em finais de 2005. Para o que é serve perfeitamente.

Ora, procurar um lenço de papel na mala duma mulher com gato é algo que nem o mítico Sport Billy conseguiria fazer com uma só mão, e para isso terá de soltar a porta por breves instantes. O risco é demasiado alto por isso opta por levantar-se encostando o rabo à porta enquanto procura o miserável lenço de papel.

No preciso momento em que se levanta alguém empurra a porta sem fechadura nem trinco do lado de fora, provocando um está genteeee! perfeitamente audível para todas as mulheres com gato que continuam de braços e pernas cruzadas na fila, agora ainda mais aflitas que há minutos atrás.

A única coisa boa nisto é saber que a partir dali mais ninguém vai tentar abrir a porta, porque nestas coisas das aflições as mulheres com gato são bastante solidárias umas com as outras.

Finalmente encontra algo que noutra vida já terá sido um lenço de papel. Vai ter de servir. De tão enrugado que está mal consegue absorver o que saiu por fora, e sem surpresas esfarela-se todo nas suas mãos que estão agora todas molhadas.

As coisas dificilmente podiam correr pior. A mala pesa cada vez mais no pescoço, as pernas ameaçam soçobrar devido ao entorpecimento causado pela posição de aguiazinha e pelo elástico das cuequinhas, e entretanto o seu rabo começou a ficar gelado. Tudo porque aquele tampo imundo pode estar carregadinho de doenças, já para não falar das suas gotinhas que por lá ficaram quando há minutos falhou o alvo.

Exausta e completamente transpirada, puxa as tais calças justinhas que agora amaldiçoa serem o tal número abaixo. Há que puxar o autoclismo, e nem pensar em fazê-lo com os dedos. O cotovelo é uma opção, mas ideal mesmo é fazê-lo com a ponta do sapatinho. Ergh! Pergunta-se a si própria porque é que eu não nasci gajo?!

Finalmente o lavatório! Para variar não há sabonete líquido e a torneira é daquelas de pressão, ou seja, uma autêntica lotaria que pode quase não verter àgua nenhuma, ou pode rebentar como um dique depois duma valente enxurrada.

Não vale a pena arriscar. Estica o rabo para trás e dobra-se toda para a frente na expectativa de não molhar a blusa, tudo isto enquanto evita que a mala resvale do ombro para o chão completamente imundo, e sem certezas de que será só de água. Blheeerk.

Para finalizar o secador não funciona. Já seria de esperar algo do género. Resignada limpa as mãos às suas calças de ganga, antes de ouvir o seu namorado profetizar o habitual porque é que demoraste tanto?!

Olha para ele de soslaio e por breves centésimos de segundo imagina como ficaria a cara dele depois de ser apresentada à sua mala, mas limita-se a rematar com resignação a fila estava enorme.

E é por tudo isto que as mulheres com gato vão aos pares à casa de banho. Por solidariedade.

Uma segura na mala no casaco e na porta, enquanto a outra tenta manter a tal posição de aguiazinha, e pelo meio ainda falam daquela que veio com uma roupa que nunca ninguém usou.

Aborrecido mesmo é ter de explicar tudo isto a um homem com cão, ou pior ainda, tentar explicar o confuso processo de fazer subir e descer o tampo da sanita, algo que permanece ainda um mistério para a maior parte dos homens.

Talvez por isso a maior parte das mulheres com gato opte por não ter ninguém em casa que não seja capaz de fazer subir e descer o dito tampo da sanita, o tal que a sua mãe lhe disse para nunca se sentar em cima, e que a nós homens com cão nos faz tanta confusão colocar para baixo.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Desculpa, foi tudo um equívoco.


Atenção: Qualquer semelhança com a realidade pode ou não ser mera coincidência.

Numa esplanada em Lisboa.

Rita: Olhem! A Marta está a chegar..

Joana: Ai possas o que será que se passou? Esta situação dela com o João... Ohpa os homens são uns cabrões!

Maria: Oh querida o que aconteceu com a Marta acontece com qualquer mulher mais tarde ou mais cedo. A diferença é que aconteceu à Marta, a nossa amiga.

Joana: Está bem, mas o João com uma miuda que ele conheceu no ginásio?

Maria: Deve estar com uma crise de meia-idade, o parvallhão. A seguir vai comprar um descapotável, aposto connvosco.

Rita: Acho que a ordinária tem 26 ou 27 anos.

Joana: Também não é assim tão mais nova que nós.

Maria: Jô, querida, tu vais fazer 37 daqui a 1 mês...

Joana: Pshiuuuu! Isso não é para dizer! E não falta 1 mês, faltam 34 dias!

Rita: E o tipo ainda teve o descaramento de dizer que está arrependido!

Joana: Mas ele terminou tudo com a outra fulana?

Rita: Não sei, acho que sim. Mas disse à Marta que ela não tinha significado nada para ele e queria voltar.

Maria: Mas ele pensa que o casamento é um jogo de Basketball? Aqui não há descontos de tempo!

Rita: O pior é que ela ainda gosta dele.

Joana: Quem! A oferecida do ginásio?

Rita: Não! A Marta!

Maria: Temos que chamá-la à razão amigas.

Rita: Ai! Ela vem aí! E agora o que fazemos?!

Joana: Fala tu com ela Maria.

Maria: Eu?! Porquê eu? Não, quem tem de falar com ela é a Rita!

Rita: Eu não vou dizer nada.

Joana: Mas tu és a madrinha de casamento dela!

Rita: Fui. Ela separou-se, agora já não conta.

Maria: Olhem, o melhor é não dizermos nada. Esperamos que ela puxe o assunto.

Rita: Concordo. Não dizemos nada então!

Joana: Também não há mais nenhum assunto para puxar! Corremos o risco de começar a falar do tempo!
...
Marta: Olá queridas!

Rita, Joana, e Maria: “Olá lindaaa!”

Joana: Senta-te aqui vá..

Maria: Então queridaaa?

Marta: Então...

Rita: Como é que tu estás?

Marta: Estou bem...

(silêncio)

Joana: Ai que horror este tempo, vocês já viram isto? Em pleno Junho?!

Maria: Péssimo!

Rita: Ho-rrível!

Joana: Ainda por cima com estes dois feriados a meio da semana!

Marta: Bom, vocês querem saber como correu a conversa com o João não é?

Rita, Joana e Maria: “Simmmm!”

Marta: Bem, ele acabou tudo com a outra fulana.

Rita, Joana e Maria: “Humm...”

Marta: Colocou-a fora de casa e mudou de ginásio.

Rita, Joana e Maria: “Hummmmm...”

Marta: E pediu-me de joelhos que o aceitasse de volta.

Rita, Joana e Maria: “E tuuu?!”

Marta: Não sei... Eu ainda gosto muito dele. Não sei o que fazer.

Rita: Então e o Tiago?

Marta: O Tiago é uma pessoa muito especial. Deu-me espaço para decidir e disse para não ficar com dúvidas, e tentar ser feliz.

Rita e Joana: “Ai que lindoo!”

Maria: Olha se por acaso voltares para o teu ex-marido dás-me o número do Tiago?

Rita e Joana: “Mariaaa?!!”

Maria: A sério linda, já decidiste o que vais fazer?

Marta: Não quero este “e se” na minha cabeça o resto da vida. Acho que vou perdoar o João.

(silêncio)

Marta: Não posso ficar com a dúvida percebem? Eu ainda o amo! E se ele estiver mesmo arrependido?

Maria: E se ele não estiver?

Rita e Joana: “Mariaaa?!!”

Maria: Pronto. Eu não digo mais nada.

Marta: A Maria tem razão. Olha, que se lixe, pelo menos não fico a pensar se ainda podia dar ou não.

Joana: Então vais mesmo afastar-te do Tiago?

Marta: Já falei com ele.

Joana: E ele?

Marta: Disse que entendia, que queria o melhor para mim, e disse-me para não ter medo de ser feliz.

Rita e Joana: “Ai que lindoo!”

- entretanto Maria começa a percorrer a lista telefónica no telemóvel da Marta

Maria: Tiago.. Tiago..

Joana: Oh querida mas o Tiago é um doce e estava a fazer-te tão bem..

Marta: Pois, eu sei. Mas eu nunca escondi que ainda amava o João.

Joana: Tadinho.. A última namorada acabou com ele aos beijos a dizer que era a pessoa mais especial que tinha conhecido, e agora isto contigo.

(silêncio)

Rita: Mas porque é que os homens fazem sempre isto?

Marta: O João disse que estava confuso..

Maria: É o complexo da vaca velha e da vaca nova. A vadia do ginásio é uma vaca nova.

Rita: Bem, acertaste na parte da vaca.

Maria: Mais tarde ou mais cedo vão todos à procura do sítio onde a erva é mais verde.

Joana: Mas depois voltam!

Maria: Afinal a erva não era assim tão verde. Já esta muito mastigada...

- neste instante o telemóvel da Marta começa a vibrar.

Marta: É o João. Eu disse que dava uma resposta hoje.

Rita: Não atendas já. Deixa-o sofrer.

Maria: Se fosse ao contrário achas que ele te perdoava linda?

Marta: Não sei. Talvez não.

- o telemóvel da Marta continua a vibrar em cima da mesa.

Maria: É isto que eu não suporto nos homens. Não têm a mesma capacidade de perdoar, depois obrigam-nos a mentir!

Rita escandalizada: Tu mentiste ao Gonçalo enquanto estiveste casada?

Maria: Darling.. Wake up..

Rita: A sério Maria?! Ohpa eu não era capaz!

Maria: Querida estão a apitar, acho que deixaste a tua nave espacial estacionada em 2ª fila.

- do outro lado da linha João insistia com a chamada.

Marta: Bem, ele não vai desligar.

Maria: Há uma palavra para isso, chama-se desespero.

Marta: Esperem eu vou atender. Não façam barulho...

- Rita, Joana e Maria chegam-se o mais possível ao telemóvel da Marta.

Marta: Sim? Olá João (...) Não, ainda não pensei no que disseste, tenho andado ocupada.

Joana: (Boaaa!)

Maria e Rita: (Psssht!!)

Marta: A sério João, ainda não pensei na nossa conversa. Tenho outras prioridades agora.

Joana: (Ai que máximoo!)

Rita: (Pergunta-lhe se ele perdoava se fosse ao contrário!)

Marta: Se fosse ao contrário? Tu perdoavas? (...) Humm (...) Ok, logo falamos. Liga-me depois do jantar então (...) Até logo.

Rita: Então o que é que ele disse?

Marta: Ele disse que não sabe. Talvez, mas só passando por isto.

Joana: A Maria tem razão, eles não têm a mesma capacidade de perdoar.

Marta: Eu acho que eles não têm é a mesma capacidade de amar, isso sim.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A Manela os Hamburgers e a Felicidade



O mês de Junho começou com temperaturas superiores a 30º em quase todo o país. As praias encheram pela primeira vez ao fim-de-semana, e a primeira Segunda-Feira do mês marcou a abertura oficial da nova época balnear.

O verão chegou, e a menos que tenha uma praia só para si algures nas caraíbas, vai mesmo ter de mostrar essa barriguita aos amigos, aos vizinhos, aos amigos dos vizinhos, e a toda a gente que vai dividir consigo as praias de norte a sul do país até meados de Setembro.

Claro que você já sabia disto algum tempo a esta parte, e por isso mesmo tem cumprido à risca aquela dieta que encontrou na Happy ou na Máxima na edição de Abril.

Ergh... Ouuuu não!

Independentemente de ter ou não cumprido à risca o seu plano alimentar, uma coisa é quase certa como o destino, nesta altura do ano 8 em cada 10 mulheres estão oficialmente de dieta, e dessas 8 seis só vão voltar ao supermercado lá para meados de Setembro.

E se não sabe fica a saber. Se está de dieta ou simplesmente deixou de comer então prepare-se para 3 meses e meio de mau-humor, impaciência, hipersensibilidade a homens com cão um pouco parvos, irritabilidade, neura, crises de ansiedade, depressão e – o pior de tudo – muito menos orgasmos, ou simplesmente sexo do pior que há!

Chama-se Food&Mood e é o último grito na Europa no que diz respeito a nutrição.

Como tudo aquilo que é o último grito em qualquer coisa na Europa, também na nutrição as novidades demoram um pouquinho mais a chegar ao nosso quintal à beira-mar plantado, e talvez por isso o conceito não lhe seja ainda de todo familiar.

Há muito que a comunidade científica investiga o impacto da alimentação nas nossas mudanças de humor, mas só recentemente esta ideia ganhou força após um esforço comum entre o MIT – Istituto de Tecnologia de Massachusetts - e a Universidade de Yale nos Estados Unidos, e o Food&Mood Institute na Grã-Bretanha.

A ideia principal assenta num único pressuposto simples: a produção de neurotransmissores no cérebro está directamente relacionada com a nossa alimentação.

Os neurotransmissores são substâncias químicas responsáveis pela comunicação entre as células cerebrais, algo de muito raro e precioso entre as loiras (ok, este foi um golpe muito baixo e não subscrevo, apesar de ter tido a sua piada!).

Existem 3 neurotransmissores associados a este processo: a serotonina, a noradrenalina e a dopamina. Acredito que isto seja chinês para si, mas e se lhe disser que estas substâncias são fundamentais para regularem o seu humor, e fundamentais sobretudo para atingir um orgasmo pleno e intenso?

Pois, é melhor continuar a ler então...

Qualquer uma destas substâncias tem um elemento percursor, ou seja, uma espécie de motor de arranque que estimula a produção destes neurotransmissores no cérebro.

No caso da serotonina o elemento percursor é o triptofano. Não confundir com o Trifene 200.

No caso da dopamina e noradrenalina, o catalisador é um aminoácido chamado tirosina.

Fique desde já a saber que se a sua dieta exclui ervilhas, feijões, carne, peixe, ovos, leite e derivados como o queijo e os iogurtes, então a probabilidade de encontrar triptofano e tirosina no seu cérebro é igual à probabilidade dum muçulmano comer uns belos rojões de porco com açorda durante o ramadão.

E sem triptofano não há serotonina. Ora, os níveis baixos de serotonina estão associados a tristeza, solidão e sintomas depressivos. Não é à toa que a maior parte dos antidepressivos actuam estimulando precisamente a produção de serotonina duma forma artificial.

A falta de tirosina por seu lado leva à não produção de dopamina e noradrenalina, dois neurotransmissores fundamentais que controlam a líbido e os estímulos emocionais.

A cocaína por exemplo mimetiza o funcionamento da dopamina no cérebro, e é por isso que o consumo de cocaína leva a uma vontade incontrolável de fazer amor com “F” grande.

Nota mental #1: em vez de gastar dinheiro em coca mande vir uma bela feijoada carregadinha de xixa, e uma fatia de pudim flan à sobremesa. Fica mais barato e o resultado é praticamente o mesmo.

Se ainda assim preferir a saladinha, depois não venha dizer que não atinge o orgasmo por culpa do seu marido/junto/namorado/amigo colorido/whatever. Baaah!

Mas a Food&Mood não se fica pelos neurotransmissores.

Se já não se lembra do sabor do pão, das massas, da batata e do arroz então você está de parabéns! Conseguiu acabar com o seu stock de carbohidratos!

Uma alimentação rica em carbohidratos provoca um aumento considerável de insulina no organismo. A insulina consegue captar muitos dos aminoácidos que concorrem com o triptofano no cérebro, ou seja, menos aminoácidos concorrentes significa mais espaço para produção de triptofano, mais serotonina e mais antidepressivos naturais.

Além do mais os carbohidratos são o alimento natural do tecido muscular. Se para lá da sua dieta não vou comer nada até ao Outono, costuma ir para o ginásio praticar fitness selvagem, então fique sabendo que o esforço exigido ao seu corpo está a ser pago com juros altíssimos, à custa do seu tecido muscular.

Você não está a queimar matéria gorda mas sim tecido muscular que a vai deixar mais fragilizada, mais fatigada, menos resistente e cada vez mais perto da anorexia. Uma vez mais é na cama que vai pagae a factura mais alta, e nesta altura o orgasmo parece-se cada vez mais com a terra-prometida.

Nota mental #2: peça um esparguete à bolonhesa e limpe o prato com o pão quando não estiver ninguém a ver (eu sobretudo!), e depois para sobremesa ataque o arroz doce como se não houvesse amanhã!

Uma das coisas que eu menos suportava na minha mulher era o mau feitio ao acordar.

Mas não era um mau feitiozinho qualquer. Era... Bom, imaginem uma crise de fúria do Kim Dae-Jung. Era pior...

A Food&Mood tem obviamente uma explicação para isto: chama-se um café e um cigarro ao pequeno-almoço.

O nosso cérebro está constantemente a trabalhar, e por isso consome quantidades astronómicas de glicose (açucares), excepção feita talvez às vocês-sabem-de-quem-eu-estou-a-falaaaar. E esse consumo é constante, mesmo enquanto dormimos.

Quando acordamos sentimos necessidade de repôr os níveis de açucar, daí a necessidade dum bom pequeno-almoço.

O café e o cigarro não deixa de ser uma opção interessante, mas provoca hipoglicémia, uma ameaça séria ao funcionamento cerebral e responsável por crises de ansiedade, irritação e intolerância a qualquer tipo de homens com cão logo pela manhã.

Nota mental #3: salve o seu casamento e em vez do cigarro e do café peça um croissant com doce-de-ovos e beba um leite com chocolate. Dexe o café para depois e fume o cigarro no carro, de preferência com os vidros abertos.

A Food&Mood também não esqueceu as vitaminas.

A B6 está presente nas bananas e no milho e são excelentes para potenciar a acção dos carbohidratos, as tais massas e o pão que por acaso você não está a comer :

A B12 é fundamental para reverter quadros depressivos e pode ser encontrada na carne vermelha e nos mariscos.

A B1 é essencial na síntese de neurotransmisores, além de ajudar na conversão da glicose em energia. Os muçulmanos não devem ter muito disto porque a vitamina B1 é mais frequentemente encontrada na carne de porco e no caju.

Bróculos, tomate e cogumelos garantem ácido fólico ao organismo, uma vitamina vital para a regulação do humor uma vez que interage com a serotonina e a noradrenalina.

Dito isto – e muito mais ficou por dizer -, se ainda não está convencida a abandonar a sua dieta franciscana, lembre-se ao menos de que a maior factura vai ser paga na horizontal (ou na vertical, ou em qualquer posição já agora).

O desejo sexual nos homens com cão e nas mulheres com gato é no fundo como uma micose, está sempre lá mas tem de ser activado.

A dopamina é uma autêntica droga do amor natural, e está associada à euforia e à excitação.
É activada pelo tacto e pela visão e actua directamente na líbido. Quando existe em quantidades consideráveis no cérebro da mulher com gato, o mais pequeno impulso correspondido pode desencadear uma série de acontecimentos que muito provavelmente poderão acabar com um autêntico terramoto, ou como dizem os franceses um petit-morts, o momento em que você apaga quando se está a vir.

É assim bommmm! Aposto que nesta altura está a caminho do supermecado para abastecer-se de leguminosas, carne, peixe, ovos, leite e derivados.

A sabedoria popular sempre foi boa conselheira, e não deve ser à toa que por aí se diz à boca cheia que as mais roliças são as melhores.

Sempre ouvi o meu avô dizer por detrás duma má moita pode sair um bom coelho, e se decididamente quer ser o tal “bom coelho” então acabe com a dieta “happy” e vá comer um Big Mac.

Já agora, e para os homens com cão mais distraídos, e habituados que estão ao funcionamento imediato das hormonas masculinas, nas mulheres com gato esse processo depende dum quadro de estímulos completamente diferente, mais emotivo e envolvente.

Salvaguardando as devidas proporções, você – homem com cão – tem nas suas mãos o Space Shuttle Columbia, rápido, poderoso e explosivo.

Do outro lado está a mulher com gato num elegante, romântico e quase irritante balão de ar quente. A natureza quis assim. Lembre-se, a dopamina e a serotonina nas mulheres com gato chega devagarinho mas quando chega é em quantidades industriais.

A minha sugestão: trate de arrefecer os motores enquanto não começa a ouvir a Manuela Bravo a cantar o sobe sobe balão sobe.
Depois o céu é o limite.