sábado, 22 de agosto de 2009

Carolina Patrocínio e a Miss Piggy

Eu vejo pouca televisão mas confesso que habituei-me a conviver com a presença da Carolina Patrocínio muito por culpa do meu filho, que como tantos outros na sua idade raramente perdem o Disney Kids.

A coquete da SIC já saíu do programa infantil, mas apesar do seu estilo prosaico tão distintivo de quem não acrescenta nada ao teleponto, sempre revi nesta figurinha os maneirismos próprios das novas vedetas da televisão em Portugal, inaugurada pela geração Morangos com Açucar: encolhe a barriguinha, estica o rabinho, e agora sorri, sorri muito!

A Carolina Patrocínio faz tudo isto muito bem, e quem a vê ao lado do João Manzarra no Todos Gostam do Verão, na SIC, até se esquece por breves minutos de que a Carolina não tem qualquer talento ou formação para assumir-se como uma das caras da estação de Carnaxide, e no entanto lá está ela de barriguinha encolhida, a esticar o rabinho e a sorrir, a sorrir muito, como tão bem sabe fazer.

Felizmente para a Carolina, no TGV a coquete da SIC pode pendurar-se no talento natural de João Manzarra, um ícone em construção e com a telegenia própria de quem comunica com o espectador de forma natural. Ou seja, sem o tal sorriso plasticizante.

Como disse no início, raramente vejo televisão mas pareço fadado para acompanhar de perto a ascenção – vou corrigir para ascenção e queda - da Carolina.

Há semanas atrás fiz-me acompanhar da televisão durante um almoço tardio de fim-de-semana. O zapping levou-me até ao Episódio Especial que a SIC transmite aos Sábados, e o mínimo que posso dizer é que foi de facto muuuito especial ver a entrevista da Carolina nesse episódio, aparentemente especial.

Confesso que parei de mastigar durante largos minutos – eu e toda a gente que estava a almoçar aquela hora em Portugal concerteza -, incrédulo com as anormalidades que a coquete da SIC conseguiu verbalizar em pouco mais de 8 minutos, numa demonstração categórica de que afinal não há limites para a estupidez humana.

Numa altura de sufoco económico contínuo, em que diariamente são exigidos cada vez maiores sacrifícios às famílias portuguesas – entre as quais eu me incluo -, acho no mínimo patético que a SIC ajude a promover barbies como a Carolina Patrocínio, que em entrevista a um canal aberto de referência em Portugal, diz que só come cerejas quando a empregada tira os caroços.

Mas a teen não se ficou por aqui. Entusiasmada pelo endeusamento promovido pelo entrevistador, um tal de Daniel Oliveira, a ex-Disney Kids revelou ainda maior soberba ao afirmar que é uma trabalheira descascar a fruta, e que pede à sua empregada para tirar as grainhas das uvas, porque só assim consegue comer uvas.

As revelações por esta altura já me provocavam asco, mas ao mesmo tempo senti-me incapaz de mudar o canal hipnotizado por tamanha futilidade. Senti-me como a traça a esvoaçar em redor do clarão da lâmpada: foge da luuuz Pedro, foge da Luuuuz!

Mas eu não fugi, e assim continuei a acompanhar este momento de televisão que tão cedo não vai desaparecer dos arquivos do Youtube.

E quando pensei pior não pode ficar, eis que a coquete da SIC assume sobranceiramente perante as câmeras, que odeia perder e que prefere fazer batota a perder.

Neste caso, porém, a culpa não pode ser incutada à barbie Carolina mas porventura aos seus pais, que poderão ter falhado na transmissão de valores básicos que devem alicerçar o caracter de qualquer indivíduo, como a honestidade.

Reparem que digo porventura poderão, e não estou a afirmar cabalmente que falharam, nem poderia fazê-lo porque em abono da verdade não sei se sim ou se não.

Costuma dizer-se que a maçã nunca cai muito longe da árvore. Vou no entanto cingir-me às palavras da Carolina, até porque a menina é neta de Vasco Vieira de Almeida, da Sociedade de Advogados Vieira de Almeida, que curiosamente esteve nas primeiras páginas do Correio da Manhã alegadamente por ter recebido 6,5 milhões de euros do Freeport.

En passant diga-se que esta notícia foi considerada grave e difamatória pela mesma sociedade de advogados, que de imediato desencadeou uma acção judicial contra o Correio da Manhã, isto apesar da Polícia Judiciária ter levado a cabo buscas nos escritórios da Vieira de Almeida.

Mas vamos cingir-nos ao que é realmente importante: Carolina Patrocínio, a menina da SIC que vive no mundo da fantasia e que só come cerejas e uvas se a empregada tirar os caroços e as grainhas. A menina que prefere fazer batota a perder.

Não sei se o José Socrates teve conhecimento desta entrevista, mas a verdade é que pouco tempo depois Sócrates empossou a coquete da SIC como mandatária para a Juventude do Partido Socialista nas próximas eleições.

Não quero parecer mesquinho e entregar-me à maledicência pura, mas por mais que pense não consigo encontrar uma razão plausível para que Sócrates escolha Carolina como a representante dos jovens em Portugal, isto apesar de ambos terem pelo menos duas coisas em comum:

- Carolina não tem qualquer talento especial para fazer televisão, já Sócrates não tem qualquer talento especial para ser Primeiro Ministro.

- Carolina não tem qualquer licenciatura em comunicação social, já o diploma de Sócrates foi assinado num domigo em Setembro, e segundo o semanário Expresso de 31 de Março de 2007, Frederico Oliveira Pinto na altura presidente do conselho cinetífico da universidade Independente, nunca viu Sócrates na instituição durante todo o curso.

Os dois diferenciam-se precisamente na questão da batota. Carolina diz despudoradamente que prefere ser desonesta a perder, já Sócrates por seu lado aceita com liberdade democrática e com um sorriso nos lábios que digam e provem que ele não tem razão, e nunca mentiu aos portugueses desde que foi eleito. Pois.

E por falar em erro, este da Carolina Patrocínio ser a mandatária do PS para a juventude só pode ser um erro grosseiro de casting, ou então uma piada de muito mau gosto.

Pergunto se os jovens deste país se revêm nesta pessoa fútil e vazia que agora os representa? Duvido.

Duvido que a maior parte dos jovens tenha empregadas em casa para descascar a frutinha e tirar os caroços às cerejas, e as grainhas às uvas por exemplo. Criadagem em Portugal é coisa que só existe nas telenovelas da TVI, ou em famílias abastadas como a da princesa Carolina.

Duvido também que a maior parte dos jovens em Portugal possam dar-se ao luxo de acordar tarde, como faz assumidamente a teen da SIC. Na mundo real as pessoas acordam cedo para estudar e trabalhar, mas a Carolina fica a dormir até mais tarde com o Coelho Gigante e a Alice, no país das Maravilhas.

Também duvido que a maior parte dos jovens pensem em sair de casa aos 20, com o propósito assumido de arranjar uma casa própria, entre outras coisas para dar festas para os amigos, como disse Carolina Patrocínio numa entrevista em 2008.

Finalmente duvido muito do bom senso de Sócrates, e de quem o assistiu nesta decisão absurda para não dizer rídicula.

A menina da SIC faz-me lembrar uma figura com a qual cresci há muitos anos atrás, a Miss Piggy dos Marretas. A Miss Piggy não tinha qualquer talento, mas tal como a Carolina achava-se bela, e acreditava que isso bastava para ser a estrela da companhia.

Tal como a Miss Piggy no universo dos Marretas esse é o único mérito que eu lhe reconheço: é gira.

E infelizmente isso parece chegar numa sociedade cada vez menos assente num sistema meritório, e cada vez mais vazia de ideias e de referências sólidas e inspiradoras, e que insiste em dar pérolas a porcos. Ou neste caso a porcas, como a Miss Piggy.
E agora como diria a estrelinha da SIC: 3, 2, 1 já está!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Clint Eastwood e as não relações

O destino tem destas coisas.

Há dias atrás, e depois de vários meses sem falar com uma amiga minha, fui surpreendido por uma sms da Carla à qual respondi e acabamos por trocar algumas palavras simpáticas de ocasião.

Nessa mesma noite e de forma completamente inesperada, cruzamo-nos numa conhecida discoteca da margem sul. Inesperada não tanto pela Carla porque é uma habitué confessa da noite, mas por mim que raramente vou a discotecas, ainda para mais longe do perímetro urbano.

Curiosamente, há poucos meses atrás dei de caras com outra amiga minha, numa ainda menos vista aparição num espaço nocturno do mesmo género, mas desta feita no Montijo.

Não deixa de ser surpreendente atendendo ao facto de que em 2009 apenas fui a discotecas (humm.. ora deixa cá fazer contas..) duas vezes.

O Porto tem as noites brancas – e aproveito para esclarecer que não são festas onde o branco é o dress code obrigatório. Não. São festas onde se executam empresários e porteiros a tiro de pistola e shot guns, e não, não é preciso convite.

Se no norte o estilo da máfia local é ainda muito ao género do mítico spaghetti western de Sergio Leone Por um punhado de dólares, com muitos tiros, gajos feios, com cara de mau e com roupas que ninguém usa, por cá os enredos assumem uma dimensão muito mais sofisticada, elegante e de salto alto, ao melhor estilo do Sexo e a Cidade.

Lá em cima uma pessoa sai à noite e arrisca-se a dar de caras com um qualquer gang armado até aos dentes. Aqui por baixo uma pessoa sai à noite e dá de caras com as exs. Escolha difícil, gang armado até aos dentes ou exs. Humm..

Exageros à parte, os dois encontros imediatos de 3º grau não foram nada assustadores, bem pelo contrário, mas apesar de agradáveis partilharam algumas coincidências verdadeiramente incríveis, e isso sim é que é assustador.

É certo que faltam ainda 135 dias para o final do ano, mas nas duas vezes em 2009 que eu resolvo andar uns 20 kms de carro para não ser cumprimentado pelos dois gorilas à porta, depois de esperar uma eternidade para levar um cartão de consumo de 15€ e finalmente conseguir entrar, nessas duas vezes dou de caras com o meu gang armado privado.

Curiosamente as duas ocasiões envolveram as únicas duas pessoas a quem eu posso chamar ex qualquer coisa nos últimos tempos, o que não deixa de ser intrigante.

Eu ainda sou do tempo em que nós putos diziamos às miudas queres namorar comigo? Depois o namorar comigo foi substituído pelo andar comigo, e quando eu esperava que a seguir viesse o queres correr comigo? eis que surge o conceito da não relação, em que se assumem compromissos não se dizendo coisa alguma.

A Carla e a Ana (nomes que podem ser fictícios) enquadravam-se neste contexto das não relações sérias. Eu era o não namorado, não oficial, não assumido e presente apenas quando isso não envolvia estar com mais alguém!

É um não conceito de não relações muito moderno, mas quanto a mim padece duma certa e determinada negatividade. Reparem que nos últimos três parágrafos usei 9 vezes a palavra não. 10 com esta.

Foram portanto as duas últimas vezes no último ano e meio talvez, em que eu não tentei assumir uma não relação, porque achava que realmente valia a pena não tentar.

Isto pode parecer confuso mas compreender a dimensão deste não problema é até bastante simples, basta inverter a lógica do discurso e tudo fica mais claro: é um problema quando tentamos assumir uma relação porque achamos realmente que valia a pena. Cá está, muito mais claro!

Com a Carla e a Ana achei realmente que valia a pena não tentar. De tempos a tempos passam-me estas não coisas pela minha cabeça..

E quando achamos que vale realmente a pena as coisas mudam. Um beijo não é só um beijo, e quando um beijo deixa de ser só um beijo isso sim é um problema, especialmente quando estamos numa não relação.

As duas não relações duraram praticamente o mesmo tempo, e numa coincidência retorcida de fazer arrepiar aquele fulano macabro dos insólitos Yorn, as duas não relações terminaram pelas mesmas não razões. Essas guardo para mim, mas em jeito de desabafo deixaram-me profundamente não desiludido.

Nos meus tempos de puto era tudo mais fácil. As coisas tinham nome e não ficavam não arrumadas em meias palavras. Era o tempo do gosto de ti e do queres namorar comigo? do sim e do não, das dúvidas e das incertezas, das paixões e das tristezas. Tudo coisas que desapareceram com as não relações, e porquê? Porque não faz sentido.

Claro que não voltava para lá nem que me pagassem, porque foi também o tempo de coisas muito más como os New Kids on The Block, os penteados à Gloria Estefan e o acne, qual das três a pior.


Seja como for, as não relações de hoje continuam a ser dificeis de interpretar.

Imagino-me muitas vezes no meio do elenco de Por um punhado de dólares, a obra mais famosa de Sergio Leone.

Ali estou eu, duro, mau como as cobras, com barba de três dias, de chapéu à cowboy a sombrear-me os olhos enquanto masco o meu tabaco, com o poncho de alpaca a esvoaçar ao vento por entre dois revólver Colt prontos a disparar..

(entra a música)

tuuuiuuuiuuuuuuuu...

Avanço decidido para o confronto final, com o ruído das esporas a marcar a cadência dos meus passos..

tuuuiuuuiuuuuuuuu...

E no auge da intensidade dramática, com toda a gente presa ao ecrã.. desafio o Clint Eastwood para um não duelo!

Baaah!!

domingo, 9 de agosto de 2009

Dharma & Greg

De acordo com o INE a taxa de nupcialidade no nosso país tem vindo a abrandar nos últimos anos.

Em 2006 por exemplo celebraram-se 47.857 casamentos católicos e civis, contra apenas 46.329 em 2007, ou seja, menos 1528 casamentos. E este valor continuou a diminuir ao mesmo ritmo em 2008 com pouco mais de 44.800 ofícios nas conservatórias do registo civil em Portugal.

A primeira conclusão a retirar desta leitura é que contrariamente às expectativas europeias, somos um país cada vez com mais bom senso, mas não só. Somos também um país de pessoas cada vez menos interessadas em dividir o nosso roupeiro com quem quer que seja, e se dúvidas houvessem basta olhar para a taxa de divórcios: números redondos, 50 a cada 100 casamentos.

Uma segunda leitura permite-nos uma análise ainda mais pertinente. Não só queremos cada vez menos dividir o nosso roupeiro com outra pessoa, como metade dos que pensam ahh e tal não deve ser assim tão mau, afinal descobrem que sim, afinal é assim tão mau!

Mas à luz das estatísticas do INE há ainda uma outra leitura possível, essa sim realmente assustadora, senão vejamos: números redondos, das 90.000 pessoas que todos os anos prometem amar-se para todo o sempre, cerca de 45.000 começam à procura de outra pessoa para amar para todo o sempre ao final de 12 meses. É um todo o sempre assim a atirar para o curtinhooo..

É por isto que eu sou a favor do casamento entre pessoas estranhas.

Admito que a ideia pode parecer no mínimo absurda, para não dizer estúpida mesmo, mas só num primeiro momento.

Eu ainda sou do tempo do Impulse e do anúncio do desconhecido que oferecia flores. Isso já lá vai. Como as coisas estão hoje em dia se um desconhecido lhe oferecer flores provavelmente é um qué-frô a tentar fazer negócio. Mas se um desconhecido lhe pedir em casamento, isso não só é Impulse, como é também muito inteligente.

Em primeiro lugar nenhum dos dois conhece o respectivo cônjugue, é portanto garantia de que o estado de graça vai permanecer intacto durante largos meses. Ou seja, quando começar a descobrir aquelas pequenas coisas que a irritam de morte, provavelmente já passou a barreira psicológica do primeiro ano, o mais difícil para a maior parte dos casais. E quem aguenta 1 ano se calhar aguenta 10 ou 20!

A ideia que as actuais estatísticas sugerem é que o casamento é uma espécie de fuga para a frente. Um desfecho lógico mas não apaixonado.

Reparem neste testemunho que só por acaso não saiu na revista Happy de Agosto:

Daniela e Francisco. 8 anos de namoro e acomodados à segurança duma relação que não teve um motivo forte para terminar. Pressionados pela família resolvem dar um passo em frente. O passo lógico. Afinal começa a ficar tarde para pensar em filhos. Porque não?

Certamente nem todos os divórcios apresentam esta patologia, mas para muitos este será o quadro clínico de diagnóstico mais frequente. Muitos casais não encontram motivos fortes para terminarem, mas se calhar também não têm um motivo forte para continuarem. Continuam porque é o que eles e os outros esperam de si próprios.

Ora, o casamento entre estranhos é por si só uma completa aventura. Aqui não existe nenhum passo lógico porque a ideia é absurda, nem existem pressões por parte da família porque verdade seja dita ninguém estava à espera!

Depois há sempre o lado fetichista de ter sexo com um estranho, que afinal é o seu marido! Estão garantidas noites e noites de descoberta e mistério, ao invés do habitual e rotineiro sexo já com 8 anos de idade, aquele que dura quase sempre o mesmo tempo, que se faz quase sempre na mesma posição, e que termina quase sempre com o mesmo sono profundo sem direito a 2ª volta.

O casamento entre pessoas estranhas apresenta ainda outra vantagem que não deve ser subestimada. Não sabendo coisa alguma dos respectivos cônjugues, nem tão pouco quem eles são até à cerimónia propriamente dita, evita-se o contra-poder habitualmente instalado na pessoa das nossas sogras.

Mãe: Tu é que sabes filha, mas cá para mim ficavas muito melhor com o filho do Sr. Bento, lá da Mercearia.

Filha: ... Mãe eu amo o Ricardo.

Mãe: Oh filha mas ficavas tão bem com ele! É um rapaz com juizo. Está a terminar o curso e diz que está muito bem na vida.

Filha: ... Já falamos sobre isso mãe.

Mãe: Tem lá algum jeito agora ires casar com um músico, onde é que já se viu?! E que vida é que ele te vai dar querida?

Na sociedade actual em que vivemos informação é poder, e a falta dela neste caso concreto só traz vantagens. A todas as sogras devia ser interdito o acesso a informações como o grau de ensino dos futuros genros, as qualificações profissionais, se têm ou não emprego, quanto ganham, se têm ou não carro, etc, etc.

A verdade é para ser dita doa a quem doer. As sogras nunca olham para os futuros genros com o coração, mas sim com a cabeça. Ao contrário das filhas que estão apaixonadas, as sogras analisam tudo com um pensamento crítico particularmente acutilante. Posso estar enganado mas está para nascer a sogra que entre um futuro médico cirurgião e um aspirante a músico escolha o aspirante a Bono para a sua filha.

A ideia dum casamento entre estranhos pode continuar a parecer absurda, mas olhando para as estatísticas do INE não existe um único argumento que contrarie de forma assertiva a validade desta opção.
Os números demonstram de forma clara que um período longo de namoro não garante absolutamente nada quando chega o momento da verdade, e com um divórcio a cada dois casamentos apenas ao final de 12 meses, casar com um completo desconhecido oferece exactamente as mesmas possibilidades de sucesso que casar com o seu namoradinho do liceu, 50 – 50. E com uma vantagem. O sexo vai ser sempre uma surpresa. E quem é que não gosta de surpresas?

Por muito disparatada que a ideia possa parecer, a verdade é que já houve quem se lembrasse disto antes, mais precisamente a 24 de Setembro de 1997 quando foi para o ar o 1º episódio da série televisiva Darma & Greg.

Na série da ABC Jenna Elfman e Thomas Gibson interpretam Dharma e Greg, dois absolutos estranhos que conhecem-se e casam-se no primeiro encontro, apesar de serem o completo oposto um do outro. Uma ideia absurda que ao longo dos 115 episódios rendeu um Globo de Ouro, 6 Emmys, e 20 milhões de espectadores/ano nas primeiras 3 épocas.

Dharma & Greg estiveram juntos durante 5 anos, 4 anos mais que metade dos casamentos que se realizam em Portugal.

É verdade que se trata de ficção, mas quantas vezes a realidade imita a ficção, e com resultados supreendentes?

Da próxima vez que um estranho lhe oferecer flores, isso não é Impulse, é quase de certeza um pedido de casamento!

A ideia pode continuar a parecer absurda, mas diga lá que não ficou com vontade de dar um pulinho até à FNAC mais próxima para espreitar os preços do pack da 1ª temporada de Dharma&Greg?