Eu vejo pouca televisão mas confesso que habituei-me a conviver com a presença da Carolina Patrocínio muito por culpa do meu filho, que como tantos outros na sua idade raramente perdem o Disney Kids.
A coquete da SIC já saíu do programa infantil, mas apesar do seu estilo prosaico tão distintivo de quem não acrescenta nada ao teleponto, sempre revi nesta figurinha os maneirismos próprios das novas vedetas da televisão em Portugal, inaugurada pela geração Morangos com Açucar: encolhe a barriguinha, estica o rabinho, e agora sorri, sorri muito!
A Carolina Patrocínio faz tudo isto muito bem, e quem a vê ao lado do João Manzarra no Todos Gostam do Verão, na SIC, até se esquece por breves minutos de que a Carolina não tem qualquer talento ou formação para assumir-se como uma das caras da estação de Carnaxide, e no entanto lá está ela de barriguinha encolhida, a esticar o rabinho e a sorrir, a sorrir muito, como tão bem sabe fazer.
Felizmente para a Carolina, no TGV a coquete da SIC pode pendurar-se no talento natural de João Manzarra, um ícone em construção e com a telegenia própria de quem comunica com o espectador de forma natural. Ou seja, sem o tal sorriso plasticizante.
Como disse no início, raramente vejo televisão mas pareço fadado para acompanhar de perto a ascenção – vou corrigir para ascenção e queda - da Carolina.
Há semanas atrás fiz-me acompanhar da televisão durante um almoço tardio de fim-de-semana. O zapping levou-me até ao Episódio Especial que a SIC transmite aos Sábados, e o mínimo que posso dizer é que foi de facto muuuito especial ver a entrevista da Carolina nesse episódio, aparentemente especial.
Confesso que parei de mastigar durante largos minutos – eu e toda a gente que estava a almoçar aquela hora em Portugal concerteza -, incrédulo com as anormalidades que a coquete da SIC conseguiu verbalizar em pouco mais de 8 minutos, numa demonstração categórica de que afinal não há limites para a estupidez humana.
Numa altura de sufoco económico contínuo, em que diariamente são exigidos cada vez maiores sacrifícios às famílias portuguesas – entre as quais eu me incluo -, acho no mínimo patético que a SIC ajude a promover barbies como a Carolina Patrocínio, que em entrevista a um canal aberto de referência em Portugal, diz que só come cerejas quando a empregada tira os caroços.
Mas a teen não se ficou por aqui. Entusiasmada pelo endeusamento promovido pelo entrevistador, um tal de Daniel Oliveira, a ex-Disney Kids revelou ainda maior soberba ao afirmar que é uma trabalheira descascar a fruta, e que pede à sua empregada para tirar as grainhas das uvas, porque só assim consegue comer uvas.
As revelações por esta altura já me provocavam asco, mas ao mesmo tempo senti-me incapaz de mudar o canal hipnotizado por tamanha futilidade. Senti-me como a traça a esvoaçar em redor do clarão da lâmpada: foge da luuuz Pedro, foge da Luuuuz!
Mas eu não fugi, e assim continuei a acompanhar este momento de televisão que tão cedo não vai desaparecer dos arquivos do Youtube.
E quando pensei pior não pode ficar, eis que a coquete da SIC assume sobranceiramente perante as câmeras, que odeia perder e que prefere fazer batota a perder.
Neste caso, porém, a culpa não pode ser incutada à barbie Carolina mas porventura aos seus pais, que poderão ter falhado na transmissão de valores básicos que devem alicerçar o caracter de qualquer indivíduo, como a honestidade.
Reparem que digo porventura poderão, e não estou a afirmar cabalmente que falharam, nem poderia fazê-lo porque em abono da verdade não sei se sim ou se não.
Costuma dizer-se que a maçã nunca cai muito longe da árvore. Vou no entanto cingir-me às palavras da Carolina, até porque a menina é neta de Vasco Vieira de Almeida, da Sociedade de Advogados Vieira de Almeida, que curiosamente esteve nas primeiras páginas do Correio da Manhã alegadamente por ter recebido 6,5 milhões de euros do Freeport.
En passant diga-se que esta notícia foi considerada grave e difamatória pela mesma sociedade de advogados, que de imediato desencadeou uma acção judicial contra o Correio da Manhã, isto apesar da Polícia Judiciária ter levado a cabo buscas nos escritórios da Vieira de Almeida.
Mas vamos cingir-nos ao que é realmente importante: Carolina Patrocínio, a menina da SIC que vive no mundo da fantasia e que só come cerejas e uvas se a empregada tirar os caroços e as grainhas. A menina que prefere fazer batota a perder.
Não sei se o José Socrates teve conhecimento desta entrevista, mas a verdade é que pouco tempo depois Sócrates empossou a coquete da SIC como mandatária para a Juventude do Partido Socialista nas próximas eleições.
Não quero parecer mesquinho e entregar-me à maledicência pura, mas por mais que pense não consigo encontrar uma razão plausível para que Sócrates escolha Carolina como a representante dos jovens em Portugal, isto apesar de ambos terem pelo menos duas coisas em comum:
- Carolina não tem qualquer talento especial para fazer televisão, já Sócrates não tem qualquer talento especial para ser Primeiro Ministro.
A coquete da SIC já saíu do programa infantil, mas apesar do seu estilo prosaico tão distintivo de quem não acrescenta nada ao teleponto, sempre revi nesta figurinha os maneirismos próprios das novas vedetas da televisão em Portugal, inaugurada pela geração Morangos com Açucar: encolhe a barriguinha, estica o rabinho, e agora sorri, sorri muito!
A Carolina Patrocínio faz tudo isto muito bem, e quem a vê ao lado do João Manzarra no Todos Gostam do Verão, na SIC, até se esquece por breves minutos de que a Carolina não tem qualquer talento ou formação para assumir-se como uma das caras da estação de Carnaxide, e no entanto lá está ela de barriguinha encolhida, a esticar o rabinho e a sorrir, a sorrir muito, como tão bem sabe fazer.
Felizmente para a Carolina, no TGV a coquete da SIC pode pendurar-se no talento natural de João Manzarra, um ícone em construção e com a telegenia própria de quem comunica com o espectador de forma natural. Ou seja, sem o tal sorriso plasticizante.
Como disse no início, raramente vejo televisão mas pareço fadado para acompanhar de perto a ascenção – vou corrigir para ascenção e queda - da Carolina.
Há semanas atrás fiz-me acompanhar da televisão durante um almoço tardio de fim-de-semana. O zapping levou-me até ao Episódio Especial que a SIC transmite aos Sábados, e o mínimo que posso dizer é que foi de facto muuuito especial ver a entrevista da Carolina nesse episódio, aparentemente especial.
Confesso que parei de mastigar durante largos minutos – eu e toda a gente que estava a almoçar aquela hora em Portugal concerteza -, incrédulo com as anormalidades que a coquete da SIC conseguiu verbalizar em pouco mais de 8 minutos, numa demonstração categórica de que afinal não há limites para a estupidez humana.
Numa altura de sufoco económico contínuo, em que diariamente são exigidos cada vez maiores sacrifícios às famílias portuguesas – entre as quais eu me incluo -, acho no mínimo patético que a SIC ajude a promover barbies como a Carolina Patrocínio, que em entrevista a um canal aberto de referência em Portugal, diz que só come cerejas quando a empregada tira os caroços.
Mas a teen não se ficou por aqui. Entusiasmada pelo endeusamento promovido pelo entrevistador, um tal de Daniel Oliveira, a ex-Disney Kids revelou ainda maior soberba ao afirmar que é uma trabalheira descascar a fruta, e que pede à sua empregada para tirar as grainhas das uvas, porque só assim consegue comer uvas.
As revelações por esta altura já me provocavam asco, mas ao mesmo tempo senti-me incapaz de mudar o canal hipnotizado por tamanha futilidade. Senti-me como a traça a esvoaçar em redor do clarão da lâmpada: foge da luuuz Pedro, foge da Luuuuz!
Mas eu não fugi, e assim continuei a acompanhar este momento de televisão que tão cedo não vai desaparecer dos arquivos do Youtube.
E quando pensei pior não pode ficar, eis que a coquete da SIC assume sobranceiramente perante as câmeras, que odeia perder e que prefere fazer batota a perder.
Neste caso, porém, a culpa não pode ser incutada à barbie Carolina mas porventura aos seus pais, que poderão ter falhado na transmissão de valores básicos que devem alicerçar o caracter de qualquer indivíduo, como a honestidade.
Reparem que digo porventura poderão, e não estou a afirmar cabalmente que falharam, nem poderia fazê-lo porque em abono da verdade não sei se sim ou se não.
Costuma dizer-se que a maçã nunca cai muito longe da árvore. Vou no entanto cingir-me às palavras da Carolina, até porque a menina é neta de Vasco Vieira de Almeida, da Sociedade de Advogados Vieira de Almeida, que curiosamente esteve nas primeiras páginas do Correio da Manhã alegadamente por ter recebido 6,5 milhões de euros do Freeport.
En passant diga-se que esta notícia foi considerada grave e difamatória pela mesma sociedade de advogados, que de imediato desencadeou uma acção judicial contra o Correio da Manhã, isto apesar da Polícia Judiciária ter levado a cabo buscas nos escritórios da Vieira de Almeida.
Mas vamos cingir-nos ao que é realmente importante: Carolina Patrocínio, a menina da SIC que vive no mundo da fantasia e que só come cerejas e uvas se a empregada tirar os caroços e as grainhas. A menina que prefere fazer batota a perder.
Não sei se o José Socrates teve conhecimento desta entrevista, mas a verdade é que pouco tempo depois Sócrates empossou a coquete da SIC como mandatária para a Juventude do Partido Socialista nas próximas eleições.
Não quero parecer mesquinho e entregar-me à maledicência pura, mas por mais que pense não consigo encontrar uma razão plausível para que Sócrates escolha Carolina como a representante dos jovens em Portugal, isto apesar de ambos terem pelo menos duas coisas em comum:
- Carolina não tem qualquer talento especial para fazer televisão, já Sócrates não tem qualquer talento especial para ser Primeiro Ministro.
- Carolina não tem qualquer licenciatura em comunicação social, já o diploma de Sócrates foi assinado num domigo em Setembro, e segundo o semanário Expresso de 31 de Março de 2007, Frederico Oliveira Pinto na altura presidente do conselho cinetífico da universidade Independente, nunca viu Sócrates na instituição durante todo o curso.
Os dois diferenciam-se precisamente na questão da batota. Carolina diz despudoradamente que prefere ser desonesta a perder, já Sócrates por seu lado aceita com liberdade democrática e com um sorriso nos lábios que digam e provem que ele não tem razão, e nunca mentiu aos portugueses desde que foi eleito. Pois.
E por falar em erro, este da Carolina Patrocínio ser a mandatária do PS para a juventude só pode ser um erro grosseiro de casting, ou então uma piada de muito mau gosto.
Pergunto se os jovens deste país se revêm nesta pessoa fútil e vazia que agora os representa? Duvido.
Duvido que a maior parte dos jovens tenha empregadas em casa para descascar a frutinha e tirar os caroços às cerejas, e as grainhas às uvas por exemplo. Criadagem em Portugal é coisa que só existe nas telenovelas da TVI, ou em famílias abastadas como a da princesa Carolina.
Duvido também que a maior parte dos jovens em Portugal possam dar-se ao luxo de acordar tarde, como faz assumidamente a teen da SIC. Na mundo real as pessoas acordam cedo para estudar e trabalhar, mas a Carolina fica a dormir até mais tarde com o Coelho Gigante e a Alice, no país das Maravilhas.
Também duvido que a maior parte dos jovens pensem em sair de casa aos 20, com o propósito assumido de arranjar uma casa própria, entre outras coisas para dar festas para os amigos, como disse Carolina Patrocínio numa entrevista em 2008.
Finalmente duvido muito do bom senso de Sócrates, e de quem o assistiu nesta decisão absurda para não dizer rídicula.
A menina da SIC faz-me lembrar uma figura com a qual cresci há muitos anos atrás, a Miss Piggy dos Marretas. A Miss Piggy não tinha qualquer talento, mas tal como a Carolina achava-se bela, e acreditava que isso bastava para ser a estrela da companhia.
Tal como a Miss Piggy no universo dos Marretas esse é o único mérito que eu lhe reconheço: é gira.
E infelizmente isso parece chegar numa sociedade cada vez menos assente num sistema meritório, e cada vez mais vazia de ideias e de referências sólidas e inspiradoras, e que insiste em dar pérolas a porcos. Ou neste caso a porcas, como a Miss Piggy.
E agora como diria a estrelinha da SIC: 3, 2, 1 já está!